Existe um alerta de qualidade para os azeites virgem extra

Barbara Alfei: "A mosca foi muito agressiva este ano"
Técnica e Pesquisa
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Existe alerta de qualidade para o azeite extra virgem nacional? A questão surge depois que ataques maciços de moscas foram registrados em várias áreas. Voltamos a questão para Barbara Alfei, líder do painel da Marche Agriculture Fishing Agency e madrinha da National Review of Monovarietal Oils (na foto).

Todos os anos é difícil fazer qualidade… quando o profissionalismo se une à paixão, geralmente surgem bons resultados. Este ano, no entanto, a mosca pegou especialmente os amadores desprevenidos.
“Objetivamente – explica Alfei – estamos registrando, em relação aos anos anteriores, uma maior percentagem de óleos com defeitos mais ou menos marcados e em alguns casos, também alterou os parâmetros químicos como para rebaixá-los de virgem extra para virgem. O aspecto sensorial é o mais influenciado pelos ataques de moscas; aquecimento frequente e defeitos de feno seco, ou seja, fermentações e oxidações: a larva cava túneis dentro da polpa, quebra as células e o óleo, normalmente contido no vacúolo, entra em contato com as enzimas presentes nos sucos celulares, como a lipase o que determina um aumento da acidez livre, levando-a nos casos mais graves a valores ainda superiores a 0,8%. Os peróxidos também aumentam, assim como o K232; nos casos mais graves, percebe-se na boca uma maciez desagradável ligada justamente à presença das larvas (defeito do verme).
O laboratório químico e sensorial da Agência AMAP nas Marcas recebe azeites para classificação do produto e indicação opcional no rótulo (intensidade frutada, amarga, picante), mas também amostras para a certificação Marche IGP e para a revisão nacional de azeites monovarietais. “Acontece de se deparar defeitos sensoriais que rebaixam o óleo para virgem – continua Alfei – mesmo na presença de parâmetros químicos que se enquadram bem nos limites da categoria extra virgem. Apesar de ser o mais penalizador, o Teste do Painel é, no entanto, um parâmetro previsto pela legislação para a classificação de produtos de azeites".
Sejamos claros, também existem azeites excepcionais provenientes de azeitonas sãs, colhidas em olivais onde os produtores têm estado particularmente atentos à defesa fitossanitária.
“Deve-se dizer – especifica Alfei – que que seguiu uma defesa eficaz, convencional e organicamente, também graças ao apoio das redes de monitoramento e alerta Agrometeo, conseguiram produzir azeites de qualidade. Por outro lado, há quem, tranqüilizado pelo forte calor e pela seca estival que mantinha a mosca afastada, talvez tenha subestimado a agressividade do parasita nos meses de setembro e outubro. E o avanço da arrecadação nem sempre conseguiu sanar os problemas qualitativos. Em suma, foi um ano difícil que nos ensina que é preciso usar todo o profissionalismo possível, no campo e na lagar, para contrariar os efeitos das alterações climáticas e das adversidades parasitárias com práticas corretas. Estes aspectos penalizam fortemente os amadores, mas também pressionam os que praticam a olivicultura profissional".

Tags: Barbara Alfei, em evidência

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